O que a lei da alimentação escolar orgânica, a agroecologia e as mudanças climáticas têm em comum?

Há poucas semanas da 21ª Conferência do Clima, em Paris, divulgamos esta reflexão da coordenadora do Instituto Kairós, Ana Flávia Badue sobre a importância da lei da alimentação escolar orgânica na mitigação e adaptação às mudanças climáticas. O Instituto Auá também partilha desta visão, investindo nas práticas agroecológicas por meio da Banca Orgânica, da Rota do Cambuci ou nos projetos de recuperação da Mata Atlântica.

 

Com base em evidências, vários especialistas têm sugerido que o resgate de sistemas de manejo tradicionais, empregando estratégias de manejo de base agroecológica, são juntamente com o reflorestamento, conservadoras e produtoras de água. E podem representar o único caminho viável e robusto para aumentar a produtividade, a sustentabilidade e a resiliência da produção agrícola às mudanças climáticas.

Mas diante da hegemonia do sistema de produção convencional, como podemos estimular a transição agroecológica e tornar o acesso ao alimento orgânico mais democrático?

A metrópole de São Paulo pode ser considerada uma referência pois finaliza um processo participativo de construção de uma lei que envolveu a sociedade civil organizada, o legislativo e o executivo, e agora está construindo o plano de ação para tal, já submetido à consulta púbica. E em março de 2016, lança o decreto de regulamentação da lei que obriga a inserção progressiva de alimentos orgânicos na alimentação escolar, que ao todo oferece cerca de 2 milhões de refeições por dia.

Esse, sem dúvida se tornará um instrumento econômico incorporando critérios socioambientais de compra pública, que pagará 30% a mais para os produtores orgânicos, em relação aos produtores convencionais. O que significa uma mudança de paradigma e um grande instrumento de estimulo à conversão e às práticas agroecológicas que podem minimizar os efeitos das mudanças climáticas”.           

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